Como o Brasil Está Usando Mosquitos para Combater Dengue e Zika
O Brasil está usando mosquitos com uma bactéria especial para reduzir casos de dengue e zika. Entenda como o método Wolbachia funciona e por que ele é seguro.
CIÊNCIA


Mosquitos contra doenças: a estratégia que parece absurda
Pode parecer contraditório, mas é real: mosquitos estão sendo usados para combater doenças transmitidas por outros mosquitos. No Brasil, essa estratégia inovadora tem chamado atenção de cientistas e da população, especialmente no combate à dengue, zika e chikungunya.
A ideia soa estranha à primeira vista, mas tem base científica sólida — e os resultados já começam a aparecer.
Por que combater o mosquito é tão difícil?
O Aedes aegypti, transmissor da dengue, zika e chikungunya, se adapta facilmente ao ambiente urbano. Ele se reproduz rápido, precisa de pouca água e resiste a muitos métodos tradicionais de controle, como inseticidas.
Mesmo com campanhas frequentes, o Brasil continua registrando milhões de casos todos os anos, o que levou cientistas a buscar soluções alternativas.
O método surpreendente: mosquitos com Wolbachia
A principal estratégia usada no Brasil envolve a liberação de mosquitos infectados com uma bactéria chamada Wolbachia.
Essa bactéria:
não faz mal aos humanos
impede que o mosquito transmita vírus como dengue e zika
é passada de geração em geração entre os insetos
Quando esses mosquitos se reproduzem com os mosquitos comuns, a população local passa a ter menos capacidade de transmitir doenças.
Como funciona na prática?
Os mosquitos com Wolbachia são criados em laboratório e depois liberados em áreas urbanas, de forma controlada.
Com o tempo:
eles se reproduzem
espalham a bactéria
substituem parte da população do Aedes aegypti transmissor
O resultado é uma queda significativa nos casos de doenças, sem eliminar totalmente o mosquito do ambiente.
Resultados já observados no Brasil
Cidades brasileiras que adotaram essa técnica registraram:
redução de até 70% nos casos de dengue
queda expressiva de zika e chikungunya
diminuição da pressão sobre o sistema de saúde
O método é acompanhado por pesquisadores e autoridades de saúde, garantindo segurança e eficácia.
É seguro soltar mosquitos?
Essa é uma das dúvidas mais comuns — e compreensível.
Especialistas garantem que:
a Wolbachia já existe naturalmente em outros insetos
o mosquito não se torna mais agressivo
não há alteração genética no ser humano
não há risco ambiental significativo
Por isso, a técnica é considerada segura e sustentável.
O futuro do combate às doenças
O uso de mosquitos contra doenças mostra como a ciência pode encontrar soluções criativas e inesperadas para problemas antigos.
Se os resultados continuarem positivos, essa estratégia pode:
se expandir para mais cidades
reduzir epidemias recorrentes
salvar milhares de vidas
No fim das contas, o inimigo do mosquito pode ser… outro mosquito.